OPINIÃO: O jogo entre a maximização dos interesses particulares e a qualidade de vida

Por Eugênio Marinho, colunista do farol de noticias de ST.

Jogado em todos os campos do mundo, desde os mais modestos estádios até as imponentes arenas, o jogo entre a maximização dos interesses particulares e a maximização da qualidade de vida sempre descamba para a violência se o juiz da partida não tiver pulso e integridade para conduzi-lo.

De um lado, a maximização dos interesses particulares dos políticos, agentes públicos  e empresários corruptos e do outro a maximização da qualidade de vida da população, desejada pelos que ganham a vida com seu trabalho, travam batalhas que têm escrito a diversidade da história da humanidade. A bola, os recursos pagos pela população na forma de impostos, protagoniza desde partidas memoráveis a peladas da terceira divisão.

A torcida, atônita em suas casas, assiste o desenrolar desta partida que é jogada tanto na mais simples cidade do mundo quanto na sua maior metrópole. Apática, a torcida jamais conseguirá influenciar o resultado da partida. Muda, nada consegue mudar. Todo juiz sente respeita, teme e precisa  da  pressão advinda dos torcedores da maximização da qualidade de vida.

Do banco, como técnicos, norteando respectivamente as equipes da maximização dos interesses particulares e da maximização da qualidade de vida, o oportunismo e a esperança, definem a forma de jogar das suas equipes. Para o primeiro não há regras a serem observadas, vale tudo. Para o segundo, a esperança, trazida pela história de outras equipes que conseguiram, com a ajuda da torcida e da imparcialidade do juiz, reverter este cenário tão desfavorável.

O que torna este jogo diferente de todos os outros é que nele nunca há vencedores e perdedores. Quando o time da maximização dos interesses particulares ganha, todos perdem e quando é o time da maximização da qualidade de vida que ganha, todos ganham. Evidentemente que sempre haverá aqueles torcedores que não farão esta leitura, estes, sempre vivem a margem dos estádios procurando confusão, são marginais e devem sempre serem  tratados com tal.

Todo dia, em toda parte do mundo,  tem jogo entre estes duas equipes. Essencialmente, o que faz a grande diferença entre eles é a presença da torcida. Nos da primeira divisão a torcida da maximização da qualidade de vida tem o mando de campo, comparece em peso. Nos da terceira divisão é a torcida da maximização dos interesses particulares que tem o mando de campo, seus integrantes,  deitam  e rolam.

Nosso Brasil está na terceira divisão, mas você que ganha sua vida com seu trabalho honesto deve sempre ir ao jogo, quem sabe não aparece um Juiz disposto a peitar esta turma. Se ele aparecer precisamos está lá para gritar: Eu sou brasileiro, com muito orgulho e com muito amor.